01 dezembro 2010

Barbárie no Rio de Janeiro

Policiais realizam ocupação no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do RioEmbora o blog se proponha a trazer discussões e informações sobre o mundo GLS, resolvi trazer uma matéria diferente. Estava olhando o site do jornal correio brasiliense  (http://www.correiobraziliense.com.br)  e li essa reportagem que me deixou preocupado, mas não chocado, pois era algo que já imaginava que fosse acontecer.

Denuncias de moradores Vila Cruzeiro e do complexo do Alemão sobre abusos praticados durante as ações policiais nas favelas revelam o outro lado das operações contra o tráfico de drogas no Rio.
Na Vila Cruzeiro, uma comunidade que era totalmente dominada pelo tráfico de drogas há pelo menos sete anos, o clima dentro da favela no primeiro sábado após a ocupação das forças de segurança pública oscilou entre o alívio pelo aparente fim da guerra travada nos últimos dias e a revolta em virtude de abusos praticados durante as ações.
“Cheguei do trabalho na sexta-feira vibrando. Pô, ver a polícia aqui tomando conta, coisa que em 30 anos de favela eu nunca tinha visto, era bom demais. Mas o mocinho virou bandido”, lamenta Cosme Souza dos Santos. Porteiro em um prédio no centro da cidade e morador da Rua da Rainha, na Vila Cruzeiro, Cosme encontrou o portão de sua casa, instalado há menos de dois meses, arrombado. Roupas foram jogadas no chão. Móveis, destruídos. Anéis, brincos e um relógio da mulher do morador, Sandra Ferreira, sumiram.  Vizinhos que acompanharam Cosme até a delegacia, onde o homem registrou ocorrência, apontaram policiais como os autores do arrombamento da casa. “Abriram minha geladeira e tomaram todos os refrigerantes que tinha, quase 10 latas”, reclama o porteiro, mostrando um recipiente vazio no quarto, abarrotado de objetos jogados no chão. “Minha casa ficou aberta, qualquer um podia entrar e levar o resto dos meus pertences conseguidos com muito suor e muito trabalho”, revolta-se Cosme, em frente à residência humilde localizada em um corredor estreito da Vila Cruzeiro.

“A comunidade não tem nada a ver com os bandidos. A gente mora aqui por necessidade. Você acha que eu não gostaria de ir para outro lugar? Mas eles tratam todo mundo igual”, reclama Luciene. Ela ainda não arrumou a fechadura de casa. Nem sabe quando poderá fazer o conserto. A mulher acredita que terá de passar mais uma noite na casa da irmã   — ela está lá desde a quinta-feira passada — em virtude da falta de luz na Vila Cruzeiro. “A gente não quer traficante aqui, só quer que a polícia trabalhe direito, pegue quem tem que pegar e pronto. Sem esculachar a gente”

No início da tarde, uma senhora baixa e negra que gritava na praça, com uma criança no colo, era o retrato do desespero. “Tem 24 horas que meu menino de 16 anos está sumido. Botaram o corpo dele para os porcos”, chorava a mulher, identificada apenas como Dineia. Todos os moradores sabem onde fica o local sobre o qual a senhora falava. “É na vacaria, tem corpo lá, sim”, confirmaram os cerca de 10 transeuntes consultados pela reportagem na subida do morro da Vila Cruzeiro. O local é coberto por mata e pedras. Em vez de vacas, criadas no local tempos atrás, havia porcos se alimentando de cadáveres.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou não ter conhecimento do fato. Os moradores defendem, enfaticamente, que os corpos são de “vagabundos”, mas também de “inocentes” atingidos durante o confronto. Independentemente da verdade, o conflito urbano que já entrou para a história da segurança pública brasileira será lembrado por pessoas de bem que querem paz, mas também querem respeito.

3 comentários:

  1. Sempre é preciso ficar com uns três pés atrás com esse tipo de notícia, pois é evidente que os traficantes - para não perderem mais dinheiro - vão forçar a versão de abuso policial, para ver se conseguem ganhar a opinião pública...

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  2. eu nao concordo com vc, tenho certeza que está tendo abuso por parte dos policiais, e esse jornal que citei é um jornal serio e confiavel. se fosse uma informação vinda de algum meio de comunicação ligado a Globo com certeza ficaria com vários pés atrás.

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  3. Lady,é muito complicado tudo que se passa aqui no Rio!
    E se eu me apronfundar vou criar outro post aqui nos comentários...
    Só vivendo aqui pra entender!
    E sou CARIOCA há 35(quase 36) anos.
    Não sei o que é viver sem medo!Olho pra todo lado e vejo FAVELAS cada dia maiores...
    Essa eu passo,tá?Perdôa?
    Beijo!

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