@Dieimarconi
Quem aí gosta de MPB? A maioria dos meus
amigos gays fazem me sentir um estranho no ninho quando assunto é música, já
que eles fartam seus ouvidos com as vozes das divas do POP. Eu também gosto
delas, só que não na mesma proporção. É por este motivo que hoje o assunto
desta coluna é a tão nossa Música Popular Brasileira. Mas sem esquecer, claro,
um item muito importante em meio a tantas vozes tupiniquins: os homens, os
novos talentos masculinos da MPB, pois enquanto Nana Cayme diz estar
decepcionada com o rumo que esta tem tomado, eu acredito que a Música Popular Brasileira
tem um novo sopro, belo e revigorante.
Não estou dizendo que nossos novos músicos são melhores do que a geração
de Chico Buarque, Elis, Caetano, Gil e Gal. São diferentes. Música também é retrato de momento histórico
e o momento histórico de hoje é outro, assim a MPB também é. Pois chega de
saudade: entre as talentosas mulheres como Ana Cañas, Maria Rita, Fernanda Takai, Vanessa
da Mata, Céu, Tiê, Tulipa Ruíz, Roberta Sá, surgem os moços Marcelo Geneci, Dudu Tsuda, Tatá Aeroplano,
Filipe Catto e Thiago Pethit. E é devido ao meu encanto musical por Catto e
Pethit que a coluna de hoje vai tentar não se tornar uma “rasgação de seda”.
Filipe Catto fotografado por Yuri Pinheiro |
O
cantor gaúcho Filipe Catto lançou no final de 2011 seu primeiro disco: Fôlego. Antes, Catto havia lançado O EP Saga, um disco não comercial, somente
com o intuito de divulgar seu trabalho. O EP foi inclusive disponibilizado pra download
e dele, Catto conseguiu emplacar uma composição sua na trilha sonora da novela
Cordel Encantado na Rede globo, o que lhe deu uma inegável visibilidade. Mas Filipe é uma cantor de palco, é um poeta,
um Rimbaud do século XXI de voz única:
aguda de contra tenor, um timbre feminino inconfundível muito incomum da música popular. (Nesse caso,
nossa referência maior é Ney Matogrosso). Em suas músicas, sejam elas
composições suas ou não, Filipe é intenso, quente, dolorido e singular.
Em fôlego, das 15 canções que fazem parte do
álbum, nove delas são composições suas, com destaque para Adoração. Mas Roupa do corpo, Redoma, Juro por Deus e
Crime Passional não deixam a desejar. São músicas que nascem no samba, passam
pela MPB, dançam com o Jazz e
deságuam no Tango e em outros ritmos
latinos. Catto também abusa do seu talento ao dar uma roupagem completamente
nova ao interpretar músicas de outros compositores. Rima
Rica, Frase feita de Noel Rosa, Nescafé
da também gaúcha Apanhador Só e a brega
Garçon de Reginaldo Rossi ganham uma nova e autêntica interpretação: Filipe, com em seu fôlego primaveril de 23
anos consegue outro tom, outro som, outra
música. E quanto a música Garçon,
ele mesmo diz: as pessoas não gostam do brega, porque ele é brutalmente honesto. E para que mais honesto do que cantar: hoje o
meu grande amor vai se casar, me mandou uma
carta pra me avisar, deixando em pedaços o meu
coração?!
Já o paulista Thiago Pethit, ao mesmo tempo em que une MPB e POP a um apaixonante Folk, brinca com uma musicalidade dos cabarés de Berlim anos 20 e com o Can Can Texano. Pethit, que já foi bem elogiando por ninguém mais ninguém menos que Caetano Veloso, além de português, canta em inglês e Francês, já fez participações no Som Brasil e lançou seu primeiro disco “Berlim, Texas” em 2010, tendo assim como Catto, um
EP como seu primeiro trabalho,
o Em
outro lugar.
Thiago Pethit fotografado por Gian Franco Briceño Arivelo |
Juntamente com outros paulistas com Tulipa Ruiz, Tiê, Marcelo Camelo e Tátá
Aeroplano, Thiago Pethit faz parte de um
grupo de jovens cantores que não estão dando apenas um novo sopro a MPB, mas
inventando a MPP (Música Popular
Paulistana). Pethit também canta e encanta pelos palcos brasileiros, compondo e
interpretando. Músicas como Em Outro
Lugar, Birdhouse, Nightwalker, Mapa-Mundi, Fulga, o Último a saber são músicas que valem a apena ouvir,
cantar e comprar o CD, um objeto raro no
mundo dos downloads. Com o videoclipe de Nightwalker Thiago consquistou um
indicação ao MVB 2011 como melhor videoclipe do ano. Ouvindo Pethit cantar, tu podes perceber
uma sonoridade muito parecida com as músicas da banda Beirut. Há de se destacar aqui também Thiago Pethit
cantando Essa canção francesa e
algumas letras de John Lennon com a cantora Tiê.
E Nesta
semana para se despedir do Berlim Texas,
Thiago lançou o videoclipe da cantante e silenciosa Não se vá, logo, logo teremos novo trabalho dele por aí.
Acredito que Filipe e Thiago, assim como
Marcelo Geneci, inauguram uma nova maneira de se ver os novos talentos
masculinos da MPB, que até então, eram vistos
muito mais como compositores do que como intérpretes. Tanto Filipe
quanto Thiago compõem e interpretam, sem disciplinar-se para ficar em apenas um
dos dois lados. E o mesmo ocorre com as mulheres, que deixaram de ser vistas
somente como interpretes, mas também compositoras. Pethit e Filipe também nos mostram que a MPB ainda vive, que minha geração pode sim gostar da MPB e que para isso não precisamos ficar somente presos a "monstros já consagrados" e que podemos consagrar nossos próprios cantores. Aqui segue o link http://filipecatto.com.br do site do Filipe Catto e aqui http://www.thiagopethit.com/ do Thiago Pethit. A parti daí vocês podem ter acesso às redes sociais de ambos, pois já que a MPB não tem muito espaço na mídia tradicional brasileira, estes tão jovens cantores podem ser encontrados no Facebook, no Twiter como forma de divulgação do seu trabalho. Assistam abaixo Thiago Pethit cantando Mapa-Mundi e Filipe Catto com Adoração. Cuidado para não se apaixonar!
Coincidência ou não o Felipe e o Thiago são gays ... isto confirma sua colocação de q por ser gay não se possa curtir outra coisa q não as divas pops ... né
ResponderExcluirAdoro estes guris ... os demais ainda preciso conhecer melhor o a vou fazer agora ...
bjão
desculpa, mas eu nunca vi um heterossexual falando em Thiago Pethit, e vc vem me falar q gays só escutam música pop?
ResponderExcluirOlha eu não curto nem um pouco MPB, sou mais do Rock, mas admito que gosto de uma música em especial do Felipe Catto :)m
ResponderExcluirDa MPB actual, não conheço nada, excepto Maria Rita.
ResponderExcluirMas fui e sempre serei fã da antiga MPB - um fascínio!
Parabéns pelo blog!
ResponderExcluireu curto quase de tudo! gosto de MPB!
XX
@raphaelpaixao_
www.youngfashionporraphael.blogspot.com.br
Frederico:
ResponderExcluirAmoooooo música boa e de qualidade, detesto funk e metal..o resto eu traço...rs.
Linda semana. Abraços.
Não conheço nenhum dos dois (muito menos que são gays XD), mas vou procurar ouvir.
ResponderExcluirSenti falta de dois que gosto muito na sua lista: Jay Vaquer e Dan Nakagawa.
Felipe Catto é maravilhoso, adoro o som dele, mas confesso que os outros que vc citou eu não conheço.
ResponderExcluirAbraços
Legal esse seu post, estava na hr de se dar uma renovada na MPB, e com grandes talentos!!!
ResponderExcluirNão sou muito fã de MPB
ResponderExcluirMuito bom esse texto. Já conheço o Filipe Kato, mas não o Pethit. Ele também é muito bom, e como o texto diz, dá um novo vigor a nossa MPB. Por isso, se você autorizar, quero repostar esse texto lá no SER FELIZ É SER LIVRE, para que mais e mais pessoas possam acompanhar a brilhante visão que o autor do texto teve em retratar as novidades da MPB.
ResponderExcluirBjoxxxxxxxx no coração!