19 julho 2012

Amor, sexo e cinema

Dieison Marconi
O Dia dos namorados já passou e o Dia do sexo ( data esta em  que uns comemoram, outros questionam e outros choram)  ainda está por vir, mesmo assim, a coluna de hoje vai tratar de cenas de amor homoafetivo no cinema mundial. Perambulando pelo meu Filmow, ao ver vários filmes com temática homossexual (ou não) e que em meio a trama lançavam mão de algumas cenas quentes, tórridas, românticas e sensuais, resolvi fazer da coluna de hoje uma lista com minhas cenas homoafetivas favoritas, sem pretensão de criar um lista como aquelas de “as cinco melhores cenas gays do cinema", pois não tenho tarimba pra isso e nem assisti a todos os filmes do gênero já lançados ou que simplesmente tenham uma ou outra cena que possa se enquadrar aqui. São oito cenas bem curtas, mas que variam entre o cinema espanhol, norte americano, francês, alemão e brasileiro. E são ótimas cenas!

A primeira cena trago mais pela importância do que pelo favoritismo. Ela data de 1927, está em preto e branco, é cinema mudo e nela está o primeiro beijo homossexual exibido na história do cinema. A cena é do filme Wings, no qual dois pilotos de combate  (interpretados por Buddy Rogers e Richard Allen) se acariciam e se beijam timidamente.  É uma cena que não esbanja tesão e sensualidade, mesmo assim, é um beijo em preto e branco que começaria a tirar a homossexualidade do gueto ainda  nos anos 20. Quando vi este filme, lembrei de mim lá em 2006, com 14 anos de idade, assistindo ao  Brokback Mountain e achando  tudo tão inovador (risos), sem saber que Broakbeck Mountain, de certa forma, já estava em Wings. Este filme foi o primeiro longa do cinema mudo ao receber o Oscar de melhor filme. Eis a cena do beijo:

Se o primeiro beijo entre dois homens acorreu em 1927, o primeiro beijo entre duas mulheres foi acontecer em 1931, no filme Machen in Uniform, e foi entre uma professora e uma aluna de 14 anos de idade. Mas foi, também, um beijo super tímido!  Foi o cinema  que  trouxe os primeiros “romances homossexuais" para as telas, antes mesmo da TV, já que nesta, o primeiro beijo entre gays foi acontecer apenas em 1960. Há também uma diferença um certa distância temporal entre o primeiro beijo e o primeiro beijo gay exibido no cinema, já que o primeiro data de 1896.  Veja a cena de Machen in Uniform abaixo. (Vale lembrar que este filme foi refilmado em 1958).

A próxima cena, é sem dúvida, umas das minhas preferidas, por três motivos: gosto do cinema francês, esta cena tem ótima fotografia, trilha sonora e atuação, e claro, a androginia do Louis Garrel. Poético e delicado, Les chansons de amour (As canções de amor, 2007) musical francês de Cristophe Honoré, substitui muitos dos diálogos por canções, o que me dá uma imensa vontade de ter o Garrel cantando Ma memórie sale ao pé do meu ouvido, como na cena a abaixo, na qual  Samuel (Louis Garrel) finalmente deixa-se levar pelo desejo de  Erwann (Grégorie Leprince).
Outra cena que não consigo apagar da minha memória cinematográfica é a do filme J’ai tué a me mère ( Eu matei minha mãe, 2009) com direção e atuação de Xavier Dolan.  A cena em questão, é uma explosão de cores. Notavelmente inspirada na arte de Jackson Pollok,  Hubert (Xavier Dolan) e Antonin ( Françóis Arnould) começam a pintar uma parede, e entre tintas e jornais, terminam em uma quente cena de amor.

Mais quente que a artística cena de amor entre Xavier Dolan e François Arnould, só mesmo a transa entre Ninna (Natalie Portman ) e Lilly ( Mila Kunis) em Cisne Negro (2010). Pra quem já viu o filme, uma cena tão quente quanto louca, e loucamente bem interpretada por ambas as atrizes. Não é a toa que Natalie levou o Oscar de melhor atriz pelo longa. 

A próxima cena, mais uma vez, não é uma cena de sexo, mas eu não tinha como deixar de fora a atuação de Heatch Ledger e Jake Gyllenhaal neste beijo desesperador. Não há como negar que O Segredo de Brokeback Mountain, é sem duvida, um dos melhores filmes já feitos abordando relações homossexuais, com roteiro, direção, fotografia e atuações incríveis. E O Heatch Ledger?! Ah o Heatch Ledger...
Obvio que não podia faltar uma cena de algum filme de Almodóvar, o problema é que NÃO é fácil escolher uma cena homoafetiva em um filme do cineasta espanhol, já que todos são repletos de cenas do gênero. Abaixo eu exibo a sensual cena da piscina no polêmico Má Educação (2004).  
Por fim, o Diabo rouba a cena, pois pra fechar a lista, não podia faltar uma cena homoafetiva do cinema brasileiro. Eis que surge, aí o biográfico Madame Satã (2002), gloriosamente atuado por Lázaro Ramos como protagonista ao interpretar João Francisco dos Santos Sant’ana, malandro, homossexual, transformista brasileiro. Madame Satã faz parte daquele seleto grupo de filmes brasileiros que merecem ser assistidos, lapidados, degustados.  Eis a cena, que é sim, de tirar o fôlego, excelentes atuações.   
Sinto que eu deixei muitos filmes e cenas de fora, só de Almodôvar teriam muitos outras, inúmeras cenas a cada filme. Faltou  também, por exemplo, o dançante final de Beautiful Thing, a descoberta do beijo  em Eu não quero voltar sozinho,  as picantes cenas da Penélope Cruz e  Charlize Theron em Três vidas e um destino,  Sheron Stone e Jeanne Tripplehom em Instito Selvagem e tantas outras cenas.  Quem sabe, em outro post, eu faça uma segunda lista.

Deixo o link para uma lista interessante (que não é minha) das melhores cenas lésbicas do cinema: http://letral.com/artigos/5-melhores-cenas-lesbicas-cinema



6 comentários:

  1. Dessas cenas que você trouxe a minha favorita é Les chansons de amour, mas eu acrescentaria uma cena muito bonita que eu vi em um filme peruano chamado Contracorriente.
    Abraços

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  2. Todos ótimos filmes, e belas seleções de cenas.
    Abraços guri.

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  3. Não conheço nem um desses filmes, mas sempre uma boa indicação para conhecer.

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  4. Muitas cenas marcantes e memoráveis.
    Abraços querido.

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