O
Dia dos namorados já passou e o Dia do sexo ( data esta em que uns comemoram, outros questionam e outros
choram) ainda está por vir, mesmo assim,
a coluna de hoje vai tratar de cenas de amor homoafetivo no cinema mundial. Perambulando
pelo meu Filmow, ao ver vários filmes com temática homossexual (ou não) e que
em meio a trama lançavam mão de algumas cenas quentes, tórridas, românticas e sensuais,
resolvi fazer da coluna de hoje uma lista com minhas cenas homoafetivas
favoritas, sem pretensão de criar um lista como aquelas de “as cinco melhores
cenas gays do cinema", pois não tenho tarimba pra isso e nem assisti a todos os
filmes do gênero já lançados ou que simplesmente tenham uma ou outra cena que
possa se enquadrar aqui. São oito cenas bem curtas, mas que variam entre o cinema espanhol, norte americano, francês, alemão e brasileiro. E são ótimas cenas!
A primeira cena trago mais pela importância do que pelo favoritismo. Ela data de 1927, está em preto e branco, é cinema mudo e nela está o primeiro beijo homossexual exibido na história do cinema. A cena é do filme Wings, no qual dois pilotos de combate (interpretados por Buddy Rogers e Richard Allen) se acariciam e se beijam timidamente. É uma cena que não esbanja tesão e sensualidade, mesmo assim, é um beijo em preto e branco que começaria a tirar a homossexualidade do gueto ainda nos anos 20. Quando vi este filme, lembrei de mim lá em 2006, com 14 anos de idade, assistindo ao Brokback Mountain e achando tudo tão inovador (risos), sem saber que Broakbeck Mountain, de certa forma, já estava em Wings. Este filme foi o primeiro longa do cinema mudo ao receber o Oscar de melhor filme. Eis a cena do beijo:
Se o primeiro beijo entre dois homens acorreu em 1927, o primeiro beijo entre duas mulheres foi acontecer em 1931, no filme Machen in Uniform, e foi entre uma professora e uma aluna de 14 anos de idade. Mas foi, também, um beijo super tímido! Foi o cinema que trouxe os primeiros “romances homossexuais" para as telas, antes mesmo da TV, já que nesta, o primeiro beijo entre gays foi acontecer apenas em 1960. Há também uma diferença um certa distância temporal entre o primeiro beijo e o primeiro beijo gay exibido no cinema, já que o primeiro data de 1896. Veja a cena de Machen in Uniform abaixo. (Vale lembrar que este filme foi refilmado em 1958).
A próxima cena, é sem
dúvida, umas das minhas preferidas, por três motivos: gosto do cinema francês, esta
cena tem ótima fotografia, trilha sonora e atuação, e claro, a androginia do
Louis Garrel. Poético e delicado, Les
chansons de amour (As canções de amor, 2007) musical francês de Cristophe Honoré,
substitui muitos dos diálogos por canções, o que me dá uma imensa vontade de
ter o Garrel cantando Ma memórie sale
ao pé do meu ouvido, como na cena a abaixo, na qual Samuel (Louis Garrel) finalmente deixa-se
levar pelo desejo de Erwann (Grégorie
Leprince).
Outra cena que não consigo apagar da minha memória cinematográfica é a do filme J’ai tué a me mère ( Eu matei minha mãe, 2009) com direção e atuação de Xavier Dolan. A cena em questão, é uma explosão de cores. Notavelmente inspirada na arte de Jackson Pollok, Hubert (Xavier Dolan) e Antonin ( Françóis Arnould) começam a pintar uma parede, e entre tintas e jornais, terminam em uma quente cena de amor.
Mais quente que a artística cena de amor entre Xavier Dolan e François Arnould, só mesmo a transa entre Ninna (Natalie Portman ) e Lilly ( Mila Kunis) em Cisne Negro (2010). Pra quem já viu o filme, uma cena tão quente quanto louca, e loucamente bem interpretada por ambas as atrizes. Não é a toa que Natalie levou o Oscar de melhor atriz pelo longa.
A
próxima cena, mais uma vez, não é uma cena de sexo, mas eu não tinha como deixar
de fora a atuação de Heatch Ledger e Jake Gyllenhaal neste beijo desesperador.
Não há como negar que O Segredo de Brokeback
Mountain, é sem duvida, um dos melhores filmes já feitos abordando relações
homossexuais, com roteiro, direção, fotografia e atuações incríveis. E O Heatch
Ledger?! Ah o Heatch Ledger...
Obvio que não podia faltar uma cena de algum filme de Almodóvar, o problema é que NÃO é fácil escolher uma cena homoafetiva em um filme do cineasta espanhol, já que todos são repletos de cenas do gênero. Abaixo eu exibo a sensual cena da piscina no polêmico Má Educação (2004).
Por fim, o Diabo rouba a cena, pois pra fechar a lista, não podia faltar uma cena homoafetiva do cinema brasileiro. Eis que surge, aí o biográfico Madame Satã (2002), gloriosamente atuado por Lázaro Ramos como protagonista ao interpretar João Francisco dos Santos Sant’ana, malandro, homossexual, transformista brasileiro. Madame Satã faz parte daquele seleto grupo de filmes brasileiros que merecem ser assistidos, lapidados, degustados. Eis a cena, que é sim, de tirar o fôlego, excelentes atuações.
Sinto que eu deixei muitos filmes e cenas de fora, só de Almodôvar teriam muitos outras, inúmeras cenas a cada filme. Faltou também, por exemplo, o dançante final de Beautiful Thing, a descoberta do beijo em Eu não quero voltar sozinho, as picantes cenas da Penélope Cruz e Charlize Theron em Três vidas e um destino, Sheron Stone e Jeanne Tripplehom em Instito Selvagem e tantas outras cenas. Quem sabe, em outro post, eu faça uma segunda lista.
Deixo o link para uma lista interessante (que não é minha) das melhores cenas lésbicas do cinema: http://letral.com/artigos/5-melhores-cenas-lesbicas-cinema
Dessas cenas que você trouxe a minha favorita é Les chansons de amour, mas eu acrescentaria uma cena muito bonita que eu vi em um filme peruano chamado Contracorriente.
ResponderExcluirAbraços
Todos ótimos filmes, e belas seleções de cenas.
ResponderExcluirAbraços guri.
Não conheço nem um desses filmes, mas sempre uma boa indicação para conhecer.
ResponderExcluirMuitas cenas marcantes e memoráveis.
ResponderExcluirAbraços querido.
Xavier Dolan <3 sempre!
ResponderExcluiradorei a seleção
ResponderExcluirficou muito legal isso