12 janeiro 2011

Homossexualidade na antiguidade: breve balanço histórico. Parte I


Obs: por esse post ter ficado muito grande ele foi dividido em 2 partes, a continuação publicarei na próxima quarta.

Parte I
Por milhares de anos, o amor entre iguais era tão comum que não existia nem o conceito de homossexualidade, relações afetivas e sexuais de pessoas do mesmo sexonão eram entendidas como hoje. Na Grécia antiga, por exemplo, acreditava-se que o conhecimento de um homem poderia ser transmitido para outro através das relações sexuais, é por isso que temos mais conhecimento de relações homoafetivas entre filósofos e letrados.
Na Grécia e na Roma da Antiguidade, era absolutamente normal um homem mais velho ter relações sexuais com um mais jovem (os famosos pupilos). O filósofo grego Sócrates, adepto do amor entre pares, pregava que o coito anal era a melhor forma de inspiração, já o sexo heterossexual, por sua vez, servia apenas para procriar. Para a educação dos jovens atenienses, esperava-se que os adolescentes aceitassem a amizade e os laços de amor com homens mais velhos, para absorver suas virtudes e seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos, desde que o garoto concordasse, transformava-se em um parceiro passivo até por volta dos 18 anos, com a aprovação de sua família. Normalmente, aos 25 tornava-se um homem; então esperava-se que assumisse o papel ativo.
 O fato de um homem ter sua esposa não era impedimento para que se relacionasse com um adolescente; nem o fato de se relacionar com o adolescente significava o fim do seu casamento. A pederastia (relacionamento de um homem mais velho com um adolescente) dificilmente alterava a imagem do homem perante a sociedade, pois o amor ao belo, ao sublime e o cultivo da inteligência e da cultura não tinha sexo. Condenável era a busca do sexo pelo sexo. As relações de pederastia incluíam também a questão do status social, nesse sentido o homem deveria ter ascendência intelectual, cultural e econômica sobre o adolescente. Afinal, ele complementaria a formação do jovem, iniciando-o nas artes do amor, no estudo da filosofia e da moral.
É importante esclarecer, que a relação homossexual entre um jovem e um homem mais velho era abertamente aceita e tida como natural, porém as relações entre homens da mesma idade não eram aceitas; acreditava-se que o homem que assumia postura passiva, não era tido como verdadeiro homem, pois o homem  assumia a postura ativa, ou seja, qualidade de “macho”, sendo que os passivos eram as mulheres, os jovens e os escravos, já que estes estavam em um plano inferior na sociedade.


Na sociedade Romana também existia uma repulsa com relação ao homem romano que adotava a condição de passivo, ou seja, mantinha-se a mesma concepção que o gregos tinham a respeito a passividade, que esta só deveria ser típica de mulheres, jovens e escravos. Porém esta desaprovação não era absoluta, pois a virilidade era requisito essencial, exemplo disto é a de Júlio César, que mantinha um caso com Nicomedes, rei de Bitínia, sendo que nesta relação César adotava a condição de passivo, o que para os Romanos era um ato ilícito, contudo, César também tinha uma reputação de conquistador de mulheres, destacando-se dentre tantas que não resistiram aos seus encantos Cleópatra. Júlio César era conhecido como “marido de todas as mulheres, e a esposa de todos os homens”.

Continua...

3 comentários:

  1. que tratado histórico eim?

    muito bom querido ... vc tem formação acadêmica na área?

    bjão

    ;-)

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  2. Obrigado,
    tenho sim, estou concluindo o curso de história

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  3. Há, por isso! quando eu comecei a ler eu percebi que o autor tinha que ser muito bom em história! PARABÉNS pelo texto bjoxxxxxxxxxxxxx

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