19 janeiro 2011

Homossexualidade na história: breve balanço histórico. Parte II

Continuando com o post da quarta passada (Parte I aqui)

Boa parte do modo como os povos da Antiguidade encaravam o amor entre pessoas do mesmo sexo pode ser explicada – ou, ao menos, entendida – se levarmos em conta suas crenças. Na mitologia grega, romana ou entre os deuses hindus e babilônios, por exemplo, a homossexualidade existia. Muitos deuses antigos não têm sexo definido. Alguns, como o popularíssimo hindu Ganesh, da fortuna, teriam até mesmo nascido de uma relação entre duas divindades femininas. Não é nada difícil perceber que, na Antiguidade, o sexo não tinha como objetivo exclusivo a procriação. Isso começou a mudar, porém, com o advento do cristianismo.                                                                         
O judaísmo já pregava que as relações sexuais tinham como único fim a máxima exigida por Deus: “Crescei e multiplicai-vos”. Até o início do século 4, essa idéia, porém, ficou restrita à comunidade judaica e aos poucos cristãos que existiam. Nessa época, o imperador romano Constantino converteu-se à fé cristã – e, na seqüência, o cristianismo tornou-se obrigatório no maior império do mundo. Como o sexo passou a ser encarado apenas como forma de gerar filhos, a homossexualidade virou algo antinatural. Data de 390, do reinado de Teodósio, o Grande, o primeiro registro de um castigo corporal aplicado em gays.    Muita polêmica gira em torno do tema “homossexualidade”, inclusive se questionando se é uma doença, que se dá por um desvio comportamental do indivíduo; ou por uma questão biogenética, em que o indivíduo, mulher ou homem, tornam-se homossexuais durante o desenvolvimento intra-uterino, em que a quantidade de hormônio masculino (testosterona) recebido pelo feto, pode determinar se o indivíduo em uma fase mais madura de sua vida terá uma inclinação para o sexo oposto ou semelhante ao seu. Ou ainda, que trata tão somente de uma escolha, ou seja, uma questão de orientação sexual, em que o indivíduo escolhe se relacionar com alguém do mesmo sexo ou não, podendo também, escolher se relacionar com ambos.

Como vimos a homossexualidade não é algo novo no comportamento humano, não se trata de uma forma “moderna” de viver. A homossexualidade é algo que já existe a muito tempo, antes mesmo de Cristo, já se verificava a existência de relações homossexuais. Podemos tomar como exemplo um dos mais antigos e importantes conjuntos de leis do mundo, elaborado pelo imperador Hammurabi na antiga Mesopotâmia em cerca de 1750 a.C., contém alguns privilégios que deveriam ser dados aos prostitutos e às prostitutas que participavam dos cultos religiosos. Eles eram sagrados e tinham relações com os homens devotos dentro dos templos da Mesopotâmia, Fenícia, Egito, Sicília e Índia, entre outros lugares. Herdeiras do Código de Hammurabi, as leis hititas chegam a reconhecer uniões entre pessoas do mesmo sexo. E olha que isso foi há mais de 3 mil anos.

Não há dúvida de que a homossexualidade é e sempre foi menos comum do que a heterossexualidade. No entanto, a homossexualidade é claramente uma característica muito real da espécie humana.” Para muitos, ainda hoje sair do armário continua sendo uma questão de tempo. As portas, no entanto, vêm sendo abertas desde a Antiguidade.
 
Sair do armário - Fica Dica ;)

4 comentários:

  1. gostei da continuação
    bem legal esse post
    bjos

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  2. Esse tá ainda melhor que o primeiro! seria tão bom se todas as pessoas conhecessem esse aparato histórico...muita coisa mudaria para melhor, com certeza!

    belo post amigo! bjoxxxxxxxxx no coração!

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  3. perfeito querido ... mais uma aula de história ... super didático ...

    qto à dica dada assino em baixo ... só existe felicidade plena qdo somos livres e completos ...

    bjux

    ;-)

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  4. Bem interessante o artigo...
    Só a título de curiosidade, a palavra homossexual foi criada em 1952 (aproximadamente) por um cientísta alemão que tinha a intenção de provar que a homossexualidade era causada pela própria genética. A intenção dele era boa, pois, ao provar isso iria demosntrar que todos são iguais e que a homossexualidade não era uma escolha e sim determinada biológicamente.
    No entanto ele não conseguiu provar nada, mas, o verbete homossexual pegou e nossa sociedade contemporânea categoriza, agora, as pessoas através do tipo de sexo que ela pratica: hetero, bi e homossexual.
    Na Antiguidade, porém, o que existia era apenas a sexualidade... A prática sexual. Indiferente do sexo do parceiro (ou parceiros). Daí a máxima romana que dizia:
    "Julio César, marido de todas as mulheres e amante de todos os homens"

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