Uma
foi a personificação da maldade nas telas do cinema, tinha um par de olhos
esbugalhados, dona de um olhar blasé e melancólico que se tornou música na voz
de Kim Carnes. Foi também uma mulher com um temperamento difícil ao
extremo. A outra, de uma beleza exuberante, foi a mocinha nas telas e segundo
as más línguas e rumores da imprensa da época, a personificação da maldade na
vida real. Ambas divas do cinema norte americano nas décadas de 50 e 60, se
odiavam de maneira recíproca e fizeram
um único filme juntas O que terá
acontecido com Baby Jane?
Bette Davis- (Foto divulgação) |
Falo
de Bette Davis e Joan Crawford. Bette ficou conhecida por suas atuações
invejáveis interpretando personagens malvadas, em que o lado negativo destas,
chega a ser belo e vibrante ao ver o que foi essa mulher em cena. Vencedora do
Oscar de Melhor atriz pelos filmes Dangerous
e Jezebel e dona do maior número indicações
ao Oscar na época (cinco vezes consecutivamente), Davis também foi premiada
como melhor atriz no Festival de Cannes pelo seu filme All About Eva (Tudo sobre Eva, 1950) e que aqui no Brasil recebeu
uma das piores traduções: a Malvada. Bette é considerada a segunda maior lenda feminina
do cinema pelo American Film Institute, perdendo
apenas para Katherine Hepburn. Entre as
homenagens que já recebeu, está o filme Tudo sobre minha Mãe, 1999, de Almodóvar,
onde algumas das falas como as da personagem Huma Rojo (Mariza Paredes) fazem referência ao trabalho de Bette como
atriz:
Comecei a fumar por causa da Bette Davis. Aos 18 anos fumava como uma chaminé. (Huma Rojo, em tudo sobre Minha mãe.)
Sempre dependi da bondade de estranhos. ( Huma Rojo repetindo a frase de Bette como Margot, em Tudo sobre Eva.)
No
inicio de Tudo sobre minha mãe de Almodóvar
(a semelhança dos títulos não é mera coincidência) a personagem principal
discute com o filho sobre a tradução mal feita do título do filme em que Bette Davis
atua (Tudo sobre Eva para a Malvada) o
que contribuiu para aumentar a imagem de Bette como uma mulher malvada e
insuportável, justamente em um filme que ela era a vitima. Tudo sobre Eva ou a Malvada é um dos filmes mais premiados do cinema hollywoodiano, com um roteiro, diálogos, cenas e personagens inteligentes,
nada do ostracismo que as vezes vemos nos atuais filmes norte-americanos.
Para
sentir um pouco do gênio, temperamento e humor de Bette Davis, aí vão algumas
de suas frases mais famosas, proferidas tanto por suas personagens como por ela
mesma. Primeiro a frase original, depois a tradução.
“Yes, I killed him, and I’m glad, I tell you. Glad, glad, glad”.
“Sim, eu matei ele, e estou contente. Digo-lhe, contente, contente, contente ( No filme a Carta)
“Sobre Joan: “She has slept with every male star at MGM except Lassie.”
Ela já dormiu com todos os astros da MGM, exceto Lassie.
“Why am I so good at playing bitches? I think it’s because I’m not a bitch. Maybe that’s why Miss Crawford always play ladies.
”Porque sou tão boa interpretando vilãs? Deve ser porque não sou uma vilã. Talvez por isso a Sra Crawoford sempre interpreta mocinhas. “
"Gary was a macho man, but none of my husbands was macho enough to become mr. Bette Davis."
"Gary era um macho man, mas nenhum de meus maridos foi macho suficiente para se tornar o Sra Bette Davis."
"Never say bad things about someone who is dead. Only good things. Joan Crawford is dead. Great!" "Just because someone is dead who became a better person!"
"Nunca se deve falar coisas ruins sobre alguém que está morto. Apenas coisas boas. Joan Crawford está morta. Ótimo!" "Não é porque alguém está morto que se tornou uma pessoa melhor!" (quando sua Joan morreu em 1977)
Joan Crawford and I have never been warm friends. We have never been nice. I admire her and at the same time, I'm uncomfortable with it. To me, she is the personification of a movie star. I always had the impression that Crawford was his best performance playing Crawford. ""Joan Crawford e eu nunca fomos amigas calorosas. Nunca fomos simpáticas. Eu a admiro e, ao mesmo tempo, sinto-me desconfortável com ela. Para mim, ela é a personificação de uma estrela de cinema. Eu sempre tive a impressão de que sua melhor performance era Crawford interpretando Crawford."I would not piss on it or if it was on fire." "Eu não mijaria nela nem se ela estivesse em chamas.""Fasten your seatbelts, it's going to be a bumpy night!”Apertem os cintos, hoje a noite será turbulenta ( Como Margot, em Tudo sobre Eva)
Fiquei muito curioso para assistir O que terá acontecido com Baby Jane? adoro filmes em preto e branco
ResponderExcluirBette Davis. Sempre! Hugz!
ResponderExcluirBette Davis. Sempre! [2]
ResponderExcluirdesculpa, mas as traduções das frases estão qndo não erradas, simplesmente mal feitas...
ResponderExcluirBete Davis é DIVA!
ResponderExcluirNão curto muito o cinema americano...
ResponderExcluirObrigada por achares tal...
ResponderExcluirbeijinhos,
pensando com arte.
(publiquei o seguimento do outro texto, espero a tua opinião)
Oi Dieison, tudo bem?
ResponderExcluirMenino, é engraçado que sempre que ouço falar de Bette Davis, me lembro imediatamente do filme P.S. Eu te amo! que por sinal é o meu preferido.
O texto tá excelente viu? Só pra constar, rs.
Frederico, tudo bem?
Menino, fico super feliz quando gostam dos meus poemas, me faz lembrar das poucas pessoas que me detonavam, que não me davam o menor crédito. Isso é um cala boca para essas pessoas, kkkkkkk
Bjo
muito bom esse pot, cinema clássico sempre!!
ResponderExcluirElas odiavam-se mesmo.
ResponderExcluirE o filme "O que aconteceu a Baby Jane'" deve ter dado a ambas um enorme prazer de poderem exteriorizar esse ódio uma pela outra.
Só uma correção importante:
ResponderExcluirA frase - "Sempre dependi da bondade de estranhos" - não é da personagem Margo Channing (de All about Eve), mas sim de Blanche Dubois (personagem da peça Um bonde chamado desejo do Tenessee Williams) que, por acaso, é a peça encenada pela Huma Rojo em Tudo sobre minha mãe.
Na peça a frase é dita por Blanche ao médico que a está levando para a internação em um sanatório e é exatamente essa:
"Whoever you are, I have always depended on the kindness of strangers."
Joan Crawford é o maior mito do cinema. Sua beleza, talento e pós vida dizem tudo.
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